Obesidade Infantil: estratégias para prevenção

 

O plano para os dias de escola era: acordar cedo, chamar as crianças (que se levantariam prontamente da cama) e, enquanto se arrumam sozinhas, preparar o café incluindo suco de laranja feito na hora, ovos pochés e grissinis de gergelim. 

Mas, chegou o primeiro dia de aula e… O despertador não tocou e já estão atrasados, foi preciso chamar as crianças 3 vezes para que abrissem os olhos e (ops!) não tem laranja. 

Com a aceleração no estilo de vida, temos cada vez menos tempo para reunir a família e preparar alimentos com ingredientes recém comprados da feira. As refeições prontas ganham espaço, permitindo que sobre algum tempo para tomar fôlego entre as diversas funções do dia a dia (cuidar das crianças, cuidar da casa, trabalhar, se atualizar…ufa!). 

A solução 

A indústria alimentícia vem de encontro a esta demanda, desenvolvendo produtos que podem ser armazenados e transportados com facilidade e, ainda, podem ser consumidos em qualquer lugar. Estes alimentos são, em sua maioria, pouco nutritivos, super calóricos, ricos em gordura, açúcar e sódio, e são desenvolvidos para gerar compulsão – aquela vontade de comer sempre mais, ficando difícil para os ingredientes frescos competirem.

A tecnologia também está disposta a ajudar as pessoas a minimizarem esforços físicos: automação para abertura e fechamento de vidros, cortinas, equipamentos que aspiram a casa sozinhos e até aparelhos que funcionam por comando de voz, poupando até o movimento dos dedos. 

A consequência 

O percentual de crianças com excesso de peso no Brasil chega a 33,5%! E pior, muitas vezes as crianças obesas são, também, carentes de diversos nutrientes essenciais ao bom desenvolvimento físico e cognitivo. 

Pais obesos, filhos… 

Apesar de existirem vários genes envolvidos no controle do peso, sua influência não corresponde, sequer, a 30% dos fatores envolvidos. Os outros mais de 70% são determinados por fatores ambientais (hábitos alimentares, rotina de atividades físicas física), sendo, o meio em que a criança se desenvolve, um forte preditor de obesidade. 

O começo de tudo

Nós nascemos com um “regulador” da fome que indica quando comemos o suficiente, no entanto os cuidadores tendem a preocupar-se excessivamente nos primeiros anos de vida da criança, exigindo que comam “tudo que tem no prato”. Assim, o organismo passa a entender que precisa “comer cada vez mais”.

Família de dieta

Deve-se tomar muito cuidado quando o assunto dieta envolve crianças. Isto porque dietas e contagem de calorias podem levar a formação de distúrbios alimentares, que já é percebido em algumas crianças.  

Para ajudar as crianças no controle do peso, a família toda deve adotar uma alimentação saudável e variada. Não vale cortar os doces de uma pessoa enquanto todas as outras comem livremente. 

O que comer?

O processamento dos alimentos tende a “concentrar” ou adicionar calorias, quer seja pela retirada de água (que ajudaria na saciedade) quer seja pela adição de açúcar ou gordura.

Uma regrinha simples: quanto menos alimentos processados, melhor! 

Água para sede

É comum o uso de refrigerantes, água flavorizada, chás ou sucos açucarados como fonte de hidratação, mas cuidado: as bebidas são grandes vilãs quando falamos em obesidade infantil. 

A água (aquela “sem sabor”, mesmo) deve ser a bebida de referência da família.  

Refeição em família (e à mesa)

As refeições devem ser feitas em família, sem distrações. Este hábito ajuda muito a controlar o que se come e o quanto se come.

Que tal começar a reunir a família nos finais de semana para preparar sempre uma receita nova? Aproveite para perceber as diferentes cores, aromas e texturas de cada ingrediente e, depois, desafiar os demais a identificarem os sabores que estão sentindo. 

Lembre-se

A família é a principal protagonista da formação dos hábitos que acompanharão as crianças pelo resto de suas vidas. 

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