Seu filho sofre de neofobia alimentar?
A preocupação com a alimentação dos filhos começa já na fase de amamentação, geralmente associada com o volume ou qualidade do leite. A situação fica ainda mais tensa com a introdução de alimentos complementares, quando a criança rejeita aquilo que os pais oferecem. Fazer cara feia e virar o rosto para o novo é uma reação normal mas, apesar disso, muitas pais ficam desesperados.
O que é neofobia alimentar?
A neofobia alimentar nada mais é do que o medo ou a relutância em experimentar novos alimentos. É algo que, normalmente, acomete crianças pequenas, mas pode perdurar até a fase adulta.
Como surge a neofobia alimentar?
Os hábitos alimentares começam a ser formados ainda na infância, sofrendo forte influência dos familiares mais próximos.
Comentários do tipo “não dê isso porque ela não vai comer”, mesmo antes de qualquer qualquer manifestação por parte da criança, induzem a neofobia alimentar.
Mas existem outros fatores que podem estar envolvidos:
1. Ameaças e recompensas
É relevante esclarecer que estratégias do tipo “se não comer a salada, não ganha sobremesa” são prejudiciais, levando a associação de que “se precisa ser recompensado por algo muito bom, é porque o alimento é muito ruim”, dificultando ainda mais a aceitação.
2. Raspar o prato
As pessoas nascem com um “sensor” de saciedade, que regula a quantidade de alimentos que precisam ingerir. Forçar a criança a comer tudo que se oferece pode prejudicar a regulação natural da fome, levando-a a comer sempre mais do que precisa, ou, então, pode favorecer o desenvolvimento de aversão à comida. Cuidado!
3. Carência afetiva
A carência afetiva é um importante fator no desenvolvimento de transtornos alimentares, principalmente quando percebem que determinados comportamentos levam os pais a ficarem preocupados ou se obrigarem a estar por perto. Muitas vezes a criança percebe que jogar a comida longe ou brigar na hora da refeição faz com que ela se torne o centro das atenções, reforçando ainda mais essas atitudes.
A Neofobia pode prejudicar a saúde da criança?
Quando a restrição começa a atingir vários alimentos de um mesmo grupo alimentar, como o das frutas e verduras, por exemplo, existe o risco de desenvolvimento de patologias relacionadas com a deficiência de nutrientes, tais como prejuízo no crescimento e desenvolvimento cognitivo. Por isso, o acompanhamento profissional é indispensável.
Como a neofobia alimentar pode ser evitada ou superada?
Algumas medidas simples podem ajudar muito a reverter a situação. Confira algumas etapas a serem incorporadas no seu cotidiano:
1. Acostume a criança a ter contato com alimentos de diferentes grupos e texturas sem ficar vigiando suas ações para que ela não associe a refeição como uma possível moeda de troca.
2. Sempre monte o prato da criança (e o seu também) com pequenas porções de todos os preparos e, quando ela disser que não quer, explique que não tem problema, vai só deixar ali. A habituação é uma forma de trabalhar a aceitação.
3. Faça sua refeição naturalmente, sem ficar vigiando o que a criança está comendo ou deixando de comer.
4. Evite conflitos na hora da refeição. Brigas ou cobranças excessivas só vão agravar a situação.
5. Jamais ensine a criança “a não gostar” daquilo que você não gosta.
6. Deixe as crianças participarem do preparo. Comece deixando que acompanhem nas idas ao hortifruti e a misturar os ingredientes.
7. Seja sempre exemplo, mantenha a calma e não desista!
É muito importante que bons hábitos sejam inseridos precocemente na vida da criança, porém isso deve ocorrer de forma natural.
Pequenas atitudes promovem grandes feitos quando se trata de alimentação infantil.
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Meu neto come muita frutas ele lancha mas na hora do almoço não toca mesmo.